Foi realizada na manhã de hoje na quadra da Escola de Samba Príncipe Negro, na Cidade Tiradentes, a reunião do MOVIMENTO REAJA, sob a coordenação de Rose Mitone, Bia Sankofa, Gabriel Gonçalves e Valdir Sena.
A reunião foi realizada com o objetivo de organizar um movimento coletivo em defesa dos moradores locais que estão sendo despejados de seus lares pela COHAB e pela SPDA - Companhia São Paulo de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos que estão leiloando os imóveis enquanto os moradores ainda os ocupam.
Encontramos aí um impasse onde cada um dos lados defendem os seus direitos. No entanto, uma incoerência se destaca acionando um sinal de alerta.
Os órgãos públicos são criados para administrar os patrimônios públicos que pertencem a população e, de igual forma, criar através de um representante executivo eleito pela população, juntamente com outros cinquenta e cinco representantes legislativos, no caso do município de São Paulo. A pergunta que não quer se calar é: "Quem deve atender a quem?"
Os moradores que estão sendo expulsos de seus lares, com certeza, o estão sendo por falta de pagamento das mensalidades assumidas em contratos junto à COHAB. Mas, os representantes executivos eleitos pelo povo teve competência de gerar empregos para que os moradores tivessem condições de honrar com os seus compromissos?
Essa incompetência política não vem da atual gestão, vem de muitas outras gestões atrás.
Eu, particularmente, acredito que só podemos cobrar de um cidadão aquilo que lhe é dado. Para os mais incautos vou dar um exemplo bem popular: "Um professor só pode cobrar do aluno aquilo que ele ensinou". Agora falando na linguagem política, "um político só pode cobrar da população aquilo que sua gestão ofereceu ao povo".
O índice de desemprego em nossa cidade, quer dizer, em Cidade Tiradentes pode ser medido pelo número de moradores de rua ou pelo número de mães que procuram cestas básicas nas associações comunitárias que prestam serviços assistênciais para dar o de comer aos seus filhos.
Se o MOVIMENTO REAJA têm suas ações baseadas simplesmente na iniciativa de apoio popular, quero dar os parabéns aos seus diretores pois a população em geral encontra-se "sem pai e sem mãe" ou "sem eira e nem beira", "jogada ao léu" pelo descaso político, seja de direita, de centro, ou de esquerda. A esquerda critica a direita que está no governo, mas um dia a esquerda já ocupou o mesmo cargo e nada mudou.
Resumindo a história: "A corda sempre estoura do lado mais fraco" - o povo.
Que seja feita uma comissão de moradores com os seus representantes jurídicos e procurem novamente os órgãos responsáveis pela habitação municipal e negociem, voltem a negociar e negociem quantas vezes forem necessárias, mas os moradores não podem ser despejados, lançados na rua porque a falha não é somente deles.
Afinal de contas moradia é um direito constitucional, coberto pelo Artigo 6º da Constituição da República.
E, não se esqueçam, "outubro é logo ali!"
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